("Spass Krovototchivii")

 

O Salvador que sangra

 

Primeiro Depoimento

Este ícone do Cristo Salvador se encontra na Rússia, numa aldeia chamada Derjavino na região de Orenburg, na casa da família dos Iefimoff. Agora nessa casa já são mais de 20 ícones que vertem óleo! O ícone começou a exalar perfume e verter óleo profusamente ainda no primeiro semestre de 1999. No dia 5 de abril precisamente, as pessoas que oravam lá, observaram que havia um líquido rosado no ícone, saindo da mão de Cristo que abençoa, parecendo soro. Logo depois abriu-se uma ferida que começou a verter sangue. Mais tarde surgiram bolhas vermelhas na linha horizontal onde nasce o cabelo, no ponto onde estaria a coroa de espinhos, de onde começou a brotar sangue que, ao se misturar com o óleo, se tornava branco. Nas feridas formava-se uma crosta marrom do sangue que secava. Foi colocada uma gaze debaixo do ícone que, ao impregnar-se do líquido tornava-se rubra. Aproximadamente nessa época foi tirada uma fotografia que aparece nesta publicação. Desde então o sangramento aumentou consideravelmente. O sangue desce pelo ícone densamente, cobrindo o rosto de Nosso Senhor, coagula formando condensações e manchas. O ícone está colocado no alto, logo abaixo do teto e o sangue desce por sobre outros ícones, dispostos abaixo deste. Uma faixa rubro-marrom atravessa verticalmente todo o rosto do ícone de São Nicolau que foi o primeiro da série de ícones a verter óleo nessa casa. Gotas de sangue que caem do ícone se condensam em diversos pires colocados embaixo onde, junto, se acumula o óleo. As testemunhas oculares atestam que no ar agora predomina o odor de sangue e não mais o adocicado aroma do óleo. Atesta-nos a peregrina Olga Larkina no jornal "Blagovest": "Nas viagens anteriores à Derjavino os peregrinos retornavam com sentimento de alegria — "Estivemos no céu "diziam, mas agora nos encontramos no Gólgota."

Permita-nos, Senhor, lavar com lágrimas de arrependimento as Suas santas feridas, permita-nos cair aos pés da Sua Cruz com orações de perdão...

 

Com infinita bondade e dor Cristo nos contempla — nós, os pecadores, irriquietos e ocupados com futilidades, ainda crivamos mais e mais pregos nas feridas que sangram. Senhor, e dentre estes será que estou eu também?

 

 

Segundo Depoimento

Na semana da Exaltação da Santa Cruz, dia 5 de abril, completou-se onze meses desde o dia que o Ícone de São Nicolau na casa dos Iefimoff começou a verter óleo. Agora já são mais de vinte Ícones vertendo óleo!

As gotas de sangue que desceram do ícone do Salvador e se condensaram, foram colhidas junto com o óleo nos pires colocados debaixo de tres ícones. Agora as pessoas já não se atrevem a colher. Olga Iefimoff colheu um pouco desse líquido num frasco: o óleo não permite o sangue secar. No interior daquela casa predomina o odor do sangue e não mais o adocicado aroma do óleo.

No domingo dia 9 de abril vieram peregrinos para venerar o "Gólgota." É como se imperceptivelmente abriram-se as páginas do Evangelho, e vimo-nos junto à multidão de curiosos presenciando a vergonhosa execução de tres condenados. Não pudemos enxergar por entre as lágrimas quem está à direita e quem está à esquerda. O coração chora transpassado pela dor do Cristo crucificado.

 

O molieben neste dia, na casa dos Iefimoff, foi rezado pelo padre de nome Basilio Timko, procedente da aldeia Suharechki, da região de Buzuluk. Ele veio com um grupo de seus paroquianos reverenciar o extraordinário milagre. Na igreja de São Nicolau desta aldeia existe um ícone de Nossa Senhora de Kazan que fez muitas curas.

Até agora foram poucos os que souberam aconselhar Olga, moradora da casa, com alguma palavra amiga. Nós , peregrinos que passamos lá pouco tempo, com pesar encaramos as feridas do Senhor e vamos embora. Mas para Olga e Antonina Ivanovna que moram lá, conviver diariamente com o sangramento contínuo do ícone de Cristo e não saber como proceder com o sangue acumulado... Por fim, por orientação do Padre Alexandre Auhimik, da diocese de Orenburg foi lhes instruido para guardar a gaze numa caixinha resguardando de qualquer profanação, entretanto o padre não autorizou ungir as pessoas com este sangue.

As pessoas ungidas com o óleo se aglomeravam diante dos ícones e conversavam sobre os assuntos de maior aflição dos cristãos ortodoxos. Helena encontrou um akafist da Paixão de Cristo e em voz baixa começou a lê-lo. Em breve a conversa cedeu e novamente a oração comovida tomou lugar. Quando voltamos para casa já eram 4 da tarde. Tínhamos optado pelo caminho mais curto. Ao percorrermos uns 20 quilometros alcançamos a divisa de Orenburg com Samária. Irina, amiga de Helena, contou que na última viagem para os ícones no inverno , indo pela estrada a Derjavino viram um enorme arco-íris no céu, como a indicar-lhes o caminho para a grande relíquia. Que pena... desta vez a não havia mais o arco-íris. Helena levantou os olhos para o céu e pensou,... só pode ser minha imaginação , pois ainda estava impressionada com o que tinha visto em Derjavino. No céu nuvens formavam nitidamente uma enorme cruz. Com medo de ser uma auto-sugestão, Helena perguntou a amiga: e agora você não vê nada no céu? A amiga olhou e... sim, vejo uma cruz! Nesse instante o carro da frente parou. O marido de Helena, ao volante, também via a cruz no céu. Pararam todos para contemplar com mais atenção o sinal celeste. Já não havia dúvidas quanto ao sinal. Nas laterais da grande cruz em formato ortodoxo havia outras duas, uma de cada lado, estas em formato latino. No centro da cruz grande delineava-se uma figura do Cristo crucificado, nas laterais uma coloração rosa a sugerir sangue. Assim, o próprio Nosso Senhor mais uma vez testemunhou a legitimidade do milagre e o seu sentido trágico.

Enquanto isso , na cidade.... fervilham as paixões do futebol. Aqui , em milhares de casas da Samária pessoas coladas à televisão assistem "babozeiras" e crueldades nos filmes de ação ou programas ditos "místicos" que na verdade sugerem satanismo... Alí, vai se calculando a "grana" de procedência ilícita. Mas mesmo assim ainda há quem reze... mas em Derjavino continua a rolar sangue do ícone.

 

Com infinita bondade e dor Cristo nos contempla – nós, os irriquietos ocupados com futilidades e pecadores ainda crivamos mais e mais pregos nas feridas que sangram. Senhor, e dentre estes será que também estou eu?

 

Assinado Olga Larkina em 20.04.2000

 

(fonte: internet fatheralexander.org dentro do título OS MAIS RECENTES.

Tradução do original russo que contém 3 depoimentos)