A Grande

Quaresma

A primavera da alma

Bispo Alexander (Mileant).

Traduzido por Tatiana Zyromsky / Natalia Martynenko

 

 

Conteúdo: O período da Quaresma. A necessidade da moderação. A purificação do coração pela penitencia. Particularidades das missas de Quaresma. Epílogo. A liturgia dos Santos Dons Pré-Santificados. Algumas orações da Quaresma.

 

 

O período da Quaresma

"Este é o tempo propício,

este é o dia da salvação."

Na primavera, toda a natureza desperta e se reanima. Na mesma época, os cristãos, que se preocupam com a salvação da alma, se renovam espiritualmente. Nisso lhes ajuda a Quaresma.

A quaresma consiste em dias destinados para que os cristãos se preocupem de uma maneira especial com a salvação da alma. Há alguns períodos durante o ano que é requerido o que chamamos de jejum. O principal deles é a chamada "Grande Quaresma," que precede a Páscoa. Este jejum começa na segunda-feira após o Domingo do Perdão, 40 dias (6 semanas) até o Domingo de Ramos e passa para a Semana Santa. A Grande Quaresma termina no dia de Ressurreição do Nosso Senhor. A Santa Quaresma é também chamada os Santos Quarenta Dias.

Neste artigo sobre a Grande Quaresma primeiro falaremos sobre o aspecto exterior do jejum, que consiste da abstinência de certas comidas e bebidas e mostraremos, que tal abstinência é absolutamente necessária para a vida espiritual das pessoas. Depois, analisaremos o lado interior do jejum, que consiste na penitencia, na purificação da consciência e no fortalecimento da vontade. Depois, mostraremos como os ritos na igreja durante a Quaresma ajudam ao cristão na penitencia e na renovação espiritual. E no final falaremos sobre a importantíssima missa — a Liturgia dos Dons Pré-Santificados e mencionaremos algumas orações da Quaresma..

 

A Indispensabilidade de Abstinência

A palavra "jejum" significa a abstinência de certas comidas, bebidas e prazeres. As vezes, a abstinência se expressa no que a pessoa não come absolutamente nada durante um ou mais dias, mas geralmente na abstinência de carnes, ovos e leite e seus derivados (de tudo o que provem de um animal). Neste sentido, o jejum, do ponto de vista da medicina, pode ser chamado de regime.

A necessidade da abstinência, de refrear o estômago é a conseqüência do próprio mecanismo da natureza humana, que além do corpo mortal, tem ainda a alma imortal. O pecado rompeu a harmonia entre o corpo e a alma e como conseqüência os desejos pecaminosos do corpo na maioria prevalecem sobre os desejos da alma, e as vezes, até aniquilam todas as boas tendências da alma. O homem se transforma no escravo de suas paixões, e desta forma, fica pior que um animal. Para conter a violência de sua natureza humana, para abrir e fortalecer as tendências sublimes da alma é que precisamos dos jejuns. Eis porque a Igreja dá tanta importância ao jejum e afirma que sem o jejum a vida cristã é impossível.

É importante nos lembrarmos que a abstinência já era ordenada aos nossos antepassados, Adão e Eva, quando eles ainda moravam no paraíso e ainda não tinham pecado (Gênesis 2:17 — proibição de comer o fruto da árvore do "conhecimento do bem e do mal"). Tanto mais, após a transgressão, a abstinência se tornou ainda mais indispensável e por isso, vemos como as pessoas justas observam severamente os jejuns durante diversos períodos de suas vidas. Em seguida daremos alguns exemplos.

O grande profeta Moisés, legislador do Antigo Testamento, jejuou durante 40 dias antes de receber de Deus, no monte Sinai, os dez mandamentos (Êxodo 34:28). Também muitas vezes jejuou o justo rei Davi, como dá para perceber nos seus maravilhosos salmos. Jejuou também o grande profeta Elias (1 Reis 19), que foi levado para o céu ainda vivo. Também jejuou o profeta Daniel, antes de receber de Deus as revelações sobre o destino do seu povo (Daniel cap. 10). O profeta e precursor São João Batista observou a vida inteira um rigorosíssimo jejum e ensinou aos seus discípulos a jejuar. A profetisa Ana que sempre estava no templo, servia dia e noite a Deus com jejum e com orações, pelo que recebeu de Deus a graça de revelação sobre o nascimento do Nosso Senhor (Lucas 2:37). Jejuou até o Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, durante 40 dias, para Se preparar para a grande tarefa da salvação do mundo. Os Seus discípulos, os santos apóstolos jejuaram também, como podemos perceber das suas epístolas (Atos 13:3; 1 Cor. 7:5; 2 Cor. 6:5 e 11:27). Na igreja cristã, desde os tempos antigos era prática comum dedicar determinados dias no ano ao jejum.

Nos livros do Novo Testamento achamos indicações sobre a necessidade de jejum. Respondendo à critica dos fariseus, de que os discípulos de Cristo não jejuavam, Nosso Senhor respondeu, que para eles ainda não chegou a hora de jejuar, enquanto o Esposo (Cristo) estiver junto com eles. Mas quando o Esposo lhes será tirado (quando Cristo morrer), então farão jejum (Lucas 5:33-35). Portanto, desde aqueles dias é costume de jejuar nas 4as-feiras, quando o Judas traiu Cristo e nas 6as-feiras, quando o Nosso Senhor Jesus Cristo foi crucificado e morreu na cruz. E também é por isso que a Quaresma precede a Semana Santa. Quando os discípulos perguntaram, porque não podiam expulsar o demônio, Nosso Senhor disse que "a essa raça de demônios não se consegue expulsar, a não ser à força de oração e jejum" (Mateus 17:21). E realmente, os demônios na maioria das vezes agem através do nosso corpo, despertando as mais selvagens paixões e assim nos empurram para o pecado e tomam o controle sobre a nossa vontade. Para se livrar de sua influencia, precisamos enfraquecer o corpo e fortalecer o espírito. Naturalmente, devemos jejuar por causa de nossa própria correção e não para sermos louvados por outras pessoas, como ouvimos no Sermão da Montanha: "quando jejuas, unge a cabeça e lava o rosto, afim de não pareceres diante dos homens que estás fazendo jejum, mas ao teu Pai, que está presente também no segredo; e o teu Pai, que vê também no segredo, te recompensará" (Mateus 6:18).

Os sucessores dos apóstolos, os santos padres e doutores da igreja, recomendaram aos cristãos jejuar durante a Quaresma. "Não desprezem a Quaresma" — escreve o Santo Inácio Teóforo aos cristãos em Filipas, "pois ela imita a vida de Cristo." O abençoado Jerônimo, representando toda a comunidade cristã, dizia: "Nos jejuamos durante a Quaresma conforme o legado dos Apóstolos." "Quanto mais dias de jejum, tanto melhor a medicação; quanto mais prolongada a abstinência, tanto mais ampla a salvação," nos ensina o abençoado Agostinho. De acordo com as palavras do Sto. Asterio de Amassia, a santa Quaresma é "uma mestra de moderação, mãe de virtude, educadora dos filhos de Deus, guia dos desorientados, tranqüilidade das almas, apoio da vida, a paz duradoura; a sua austeridade e seriedade apazigua as paixões, ela apaga a ira e o ódio, esfria e acalma toda e qualquer agitação proveniente de muita comida."

São João Kolov dizia: "Quando um rei quer conquistar uma cidade, ele primeiro corta o suprimento dos alimentos. Daí, os cidadãos que sofrem de fome, se submetem ao rei. A mesma coisa acontece com os nossos desejos: quando o homem leva uma vida austera, jejuando e até passando fome, as paixões morrem." Conforme os ensinamentos do são João Crisóstomo, da mesma forma como a imoderação na comida muitas vezes é a causa e a origem de inúmeros males do homem, assim também a abstinência e o desprezo aos prazeres do mundo sempre foram a causa de inúmeros bens para nós... Assim como barcos leves atravessam os mares com mais facilidade, e os carregados em demasia se afundam; da mesma forma o jejum nos torna mais leve e nos ajuda a atravessar o mar de nossa vida e a se dirigir ao céu e às coisas divinas.

Segundo são Basilio, o Grande o jejum gera profetas, fortalece os fortes, aconselha os legisladores. O jejum é um bom guarda da alma, uma arma dos heróis. Ele repele as tentações, convive com a sobriedade, ele é a base da castidade ... O jejum eleva a nossa oração até o céu, pois ele se transforma em asas dela. Os santos padres, explicando a importância do jejum, insistiram no que é preciso, ao mesmo tempo, se abster dos vícios, pois a meta principal do homem consiste na correção moral.

São Basilio, o Grande nos ensina: "Não limita a vantagem do jejum à abstinência de comida, porque o verdadeiro jejum é o afastamento de atos maus. Soluciona qualquer briga. Perdoa ao próximo as ofensas, perdoa-lhe as dívidas. Você não come a carne, mas ofende o irmão ... Jejuaremos de uma forma agradável a Deus. O jejum verdadeiro é abster-se do mal, conter a língua, dominar a própria ira, abster-se das paixões, das palavras maldosas, da mentira e perjúrio. O verdadeiro jejum é a abstinência de tudo isto."

Assim como pela falta de abstinência dos nossos antepassados nós caímos e perdemos a delícia do paraíso, assim também, através da livre e espontânea prática de abstinência podemos receber de volta o perdido paraíso.

 

A penitencia limpa o coração

A abstinência de comida nos dá a possibilidade de acordar para as necessidades espirituais. Quando se acalmam as paixões do corpo, a mente espiritual do homem se torna límpida e o homem começa a ver melhor as suas faltas. O homem começa a se sentir envergonhado de seus atos pecaminosos e maus costumes e começa sentir a necessidade, de limpar a sua consciência e se arrepender.

Começamos a entender e valorizar a penitencia quando nos lembramos que o ensinamento cristão começou precisamente com o pedido da penitência. O profeta, são João Batista, chamava o povo a se arrepender, dizendo: "Arrependais-vos, pois é chegado o Reino dos Céus" (Mateus 3:1-2). Com estas mesmas palavras Nosso Senhor começou o seu ministério. "Eu agora vos batizo com água em penitencia — disse são João Batista — mas já vem aí Um mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das sandálias. Ele é quem vos batizará no Espírito Santo e com fogo" (Mateus 3:11). Esta foi a profecia sobre a ação vivificante do Espírito Santo na Igreja, que desce sobre os que se arrependem.

Após a descida do Espírito Santo, o sermão dos Apóstolos foi principalmente o apelo à penitencia e o começo de uma vida nova em Cristo, Quem, para os cristãos foi o Salvador do mal que está reinando no mundo. Aceitar o Cristo como Salvador significava crer Nele. Esta é a essência da fé em Cristo. No dia de Pentecostes, após a descida do Espírito Santo, o povo perguntou: "O que devemos fazer, irmãos?" O Apóstolo Pedro respondeu com o apelo à penitencia: "Arrependais-vos e que se batize cada um de vos em Nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados e para receber o dom do Espirito Santo ... Salvai-vos desta geração depravada!" Estas palavras do apóstolo demonstram a profunda ferida pecaminosa da humanidade e nos chamam à cura pela penitencia, renascimento em Cristo e união com Ele.

Estes acontecimentos demonstram que o sermão do cristianismo chama à mudança dos ânimos do homem e também à mudança radical na sua consciência. O cristianismo é um apelo à uma profunda e radical mudança do modo de pensar, de sentimentos e de desejos, é um apelo a uma vida nova em Cristo. Eis porque, durante a Quaresma, a Igreja nos chama com tanta insistência à penitencia. A penitencia é o começo da nossa salvação e o jejum — o freio do nosso estômago, renúncia à coisas supérfluas e à uma inútil ambição — colabora com o arrependimento. Assim nós alcançamos o objetivo da nossa fé: "Assim, se alguém está em Cristo, ele é uma nova criatura; passou o que era antigo e apareceu o que é novo" (2 Cor. 5:17).

 

As características das missas da Quaresma

A igreja ajuda aos cristãos no seu esforço de jejuar, criando condições, que dispõem ao jejum e à penitencia. Durante a Quaresma, tudo muda na igreja, tudo é incomum: as missas, as orações, os cânticos, as melodias, as prostrações e todo o ambiente. O ambiente festivo e a solenidade são substituídos pelo arrependimento e pela purificação da consciência. Os padres se vestem em vestimentas escuras; a Porta Real se abre com menos freqüência, a iluminação é mais fraca, o sino toca menos, há poucos cânticos e mais leitura de salmos e de outras orações que predispõem à penitencia; as pessoas se ajoelham com mais freqüência.

Durante a Quaresma se repete freqüentemente a oração do Sto. Efrem o Sírio: "Senhor e Mestre da minha vida" com prostrações. A missa liturgica completa, como a mais solene de todas as missas, só é oficiada aos sábados e aos domingos, às 4as e 6as feiras durante toda a Quaresma há missas liturgicas dos Dons Pré-Santificados, que têm o caráter de penitencia.

A primeira semana tem o caráter especialmente rigoroso e suas missas são repletas de uma profundidade espiritual. Na 2a, 3a, 4a e 5a — feiras durante o grande vesperal é lido o cânone de Sto. André de Creta, que é capaz de comover até a alma mais empedernida e conduzi-la à penitencia. No sábado é lembrado o milagre do S. Teodoro de Tiro, o Megalomártir , que com a sua aparição salvou os cristão da profanação pelo sangue derramado em honra dos falsos deuses e ordenou a eles de comer o trigo cozido com mel no lugar da comida impura.

O primeiro domingo da Quaresma se chama de Domingo de Ortodoxia, que foi estabelecido em comemoração da vitória sobre os iconoclastas dos séculos 8 e 9, quando os santos ícones voltaram a ser novamente veneradas. Após a liturgia, é celebrada uma missa especial pedindo a conversão dos enganados.

O terceiro domingo da Quaresma é dedicado à adoração da venerável e vivificante cruz. No sábado, durante a missa vesperal a santa Cruz é levada do altar para o centro da igreja para adoração. Com isto, a Igreja inspira os fiéis para continuarem a jejuar, porque pela cruz Nosso Senhor retirou o poder do diabo e livra-nos dos pecados. A cruz fica no centro da igreja durante toda a quarta semana. Ao adorar a cruz, cantamos ou rezamos: "Adoramos a Tua cruz, Senhor, e glorificamos a Tua santa ressurreição."

Na quarta-feira da quinta semana, à noite, novamente é lido o Grande Cânon do Sto. André de Creta e é oferecida como exemplo a vida da Sta. Maria Egípcia, a qual, sendo uma grande pecadora, após a penitencia, se regenerou e se transformou numa santa igual-aos-apóstolos. Na sexta-feira à noite é oficiado o akáthistos em louvor da Nossa Senhora, A Qual, com a sua perfeição espiritual excedeu todos os homens e se transformou no nosso maior exemplo de inspiração.

Toda a sexta semana da Quaresma é uma preparação para a digna glorificação do Nosso Senhor, Que foi para Jerusalém para voluntariamente sofrer por nós. Na sexta-feira da sexta semana termina a Quaresma, como período designado para a penitencia. No domingo é comemorada a entrada do Nosso Senhor em Jerusalém e começa a Semana Santa — em que são lembrados os últimos dias de vida na terra do Nosso Senhor.

Durante a Quaresma, tudo nos ajuda a corrigir as nossas vidas: a abstinência da comida e de diversões, uma atenção especial nas orações em casa bem como na igreja. Desde os tempos antigos veio o costume de terminar a Quaresma com confissão e comunhão. Cada um de nós deve se preparar para a confissão, confessar sem pressa, com um profundo sentimento de arrependimento e com a intenção de modificar o nosso modo de viver. A comunhão nos proporciona uma enorme força espiritual. Por isso, é recomendável repetir a confissão e a comunhão várias vezes durante a Quaresma.

 

Conclusão

É desta forma, que durante a Quaresma a Igreja se empenha de nos tirar do ambiente caótico de cada dia, preencher as nossas almas com imagens e impressões sagradas, cercar-nos com ambiente espiritual e levar-nos por um caminho novo e iluminado. Não é por acaso que o período da Sta. Quaresma é também chamado de "primavera da abstinência." Neste período realmente as almas cristãs recebem novas sementes espirituais, cujos rebentos dão seus frutos durante o ano todo.

Portanto, não desperdicem este tempo de salvação! Igual a um campo preparado durante a primavera, aceitem em vossos corações estas benéficas sementes, semeadas pela Igreja. "Eis o tempo propício, eis o dia da salvação!" — assim diz o apóstolo Paulo. A igreja não obriga a ninguém, mas chama a todos para uma renovação espiritual voluntária: portanto, ouçam com atenção as suas orações e cânticos, para sentir como ressuscita a vossa alma, como começa a despertar em vós a sede de uma vida virtuosa. A Quaresma parece difícil e enfadonha somente àqueles que a cumprem sem pensar em Jesus Cristo, mas quando é cumprida em nome de Jesus, com fé e amor, aí ela se torna fácil e gratificante!

 

A Liturgia dos Dons Pré-Santificados

Uma das mais importantes missas durante a Quaresma é a liturgia dos Dons Pré-Santificados, oficiada nas 4as e 6as-feiras. Durante estas missas são elevados e apresentados para comunhão dos fiéis os Santos Dons, santificados durante a liturgia no domingo passado e guardados na arca (um recipiente especial) no sagrado altar. A composição da liturgia dos Dons Pré-Santificados reporta aos primeiros séculos do cristianismo. Os cristãos queriam comungar o mais freqüente possível, mas oficiar a liturgia na íntegra, que é uma missa festiva, não corresponde à quaresma e à penitencia. Por isso, a liturgia completa e solene foi substituída por liturgia dos Dons Pré-Santificados, na qual é possível comungar com os Dons santificados antes. Naquele tempo antigo, a liturgia era oficiada à noite e porisso contem as orações das missas vesperais. A tradição diz, que foi o Papa Gregório, bispo de Roma (ano 604) que compôs a liturgia dos Dons Pré-Santificados.

A liturgia dos Dons Pré-Santificados é disposta da seguinte maneira: após a exclamação do padre: "Bendito seja o reino" , é lido o salmo No. 103 — "Minha alma louva a Deus." Depois é lida a grande ectenia e a cafisma No. 18 (salmos 119-133). Depois o coro canta "Senhor, clamei a Ti" junto com as stikhiras, e o padre efetua a entrada vesperal com incensório. O coro canta "Luz serena," após o que é lida a primeira paremia (um trecho do livro de Gênesis). Com a exclamação do padre: "Sabedoria, atentos. A luz de Cristo ilumina a todos" todos os que estão na igreja se prostram. Depois é lida a segunda paremia (um trecho da Sabedoria do Salomão). Em seguida, um trio canta uma das mais comoventes orações "Que a minha oração se transforme em incenso" e depois é lida a oração de são Efrem, o Sírio. Após as ladainhas o coro canta "Agora os anjos celestes" e depois segue o grande intróito com os Dons Pré-Santificados. Novamente é lida a oração do são Efrem o Sírio e rezada a ladainha suplicante, que termina com a oração de "Pai nosso." O padre pronuncia: "Pré-Santificado o que é Santo, aos Santos." Os Santos Dons são levados do altar para a igreja e as pessoas comungam. Após a ladainha de agradecimento e oração final, as pessoas beijam a santa cruz.

 

Algumas das orações da Quaresma

Do vesperal

Senhor, que me deste a vida, abre a mim as portas do arrependimento, porque o meu espírito, desde a madrugada, se apressa para o Teu santo templo, porque o meu próprio templo corporal está todo profanado. Mas Tu, misericordioso, purifica-me com a Tua generosa graça.

Mãe de Deus, guia-me para o caminho da salvação, pois eu profanei a minha alma com atos vergonhosos e passei a minha vida em preguiça. Mas, com as Suas orações, me livra de todo mal.

Quando reflito sobre a imensidade dos meus pecados, eu, malvado, tremo quando me lembro do Juízo Final. Mas, acreditando em Tua misericórdia, clamo a Ti como Davi: Tenha piedade de mim, Senhor, pois grande é a Tua clemência.

 

Oração de São Efrem o Sírio

Esta oração deve ser rezada durante toda a Quaresma, da 2a- a 6a-feira, no final das orações da manhã e da noite. Esta oração é também rezada durante as missas da semana:

Senhor e Mestre da minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça, o espírito de dissipação, de domínio e de vã loquacidade.(Prostração).

Concede a Teu servo o espírito de temperança, de humildade, de paciência e de caridade.(Prostração).

Sim, Senhor e Rei, concede-me que eu veja as minhas faltas e que não julgue a meu irmão, pois Tu és bendito pelos séculos dos séculos. Amém.(Prostração).

 

Orações da Liturgia dos Dons Pré-Santificados

Senhor, a ti há clamado, ouça-me, escuta a voz da minha oração, quando te suplicarei.

Senhor, concede-me a guarda das minhas palavras e protege a porta dos meus lábios.

Não deixe o meu coração justificar astutamente os meus pecados.

Agora as forças celestiais invisivelmente celebram conosco a missa, porque o Rei da glória está entrando; eis o misterioso sacrifício, já santificado, é levado solenemente.

Aproximamo-nos com fé e amor, para sermos participantes da vida eterna. Aleluia (3 vezes).

 

 

Folheto Missionário número P03

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Editor: Bishop Alexander (Mileant)

 

(grande_quaresma.doc, 06-16-2001).